Filarmónica de Berlim (Karl Bohm) - Sinfonia Nº 5 em Dó Menor (Ludwig Van Beethoven)

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A MÚSICA MAIS GASTA E MAIS CÉLEBRE DE TODOS OS TEMPOS! DISCO Nº 6831 DA EMISSORA NACIONAL!
Esta gravação data de 1954 e pertence ao Disco LP de 33 R.P.M. editado pela marca “Deutsche Grammophon Geselschaft” com a matriz “M 33 18097”, em que a Filarmónica de Berlim, conduzida com mestria pelo maestro Karl Bohm, interpreta aquela que considero como a mais gasta, a mais estafada, a mais assada, a mais cozida, e a mais estufada de todas as músicas que existem.
É claro que muitos podem não saber o nome, mas toda a gente conhece, desde o mais pequeno dos putos de 4 anos até ao mais velhadas de 114 anos, e praticamente, é a MELODIA DE SEMPRE por excelência da “Música Exacta”, a denominação justíssima que Leonard Bernstein atribui à dita Música Erudita.
Trata-se da “Sinfonia Nº 5 em Dó Menor” de Beethoven, constituída pelos seguintes andamentos:

0:00 – Abertura: Allegro com brio
8:09 - Intermédio: Andante com moto
19:30 - Scherzo: Allegro – attaca;
25:27 - Final: Allegro.

Foi escrita entre 1804 e 1808, e foi a primeira sinfonia do autor composta em tonalidade menor, o que só voltaria a acontecer em 1824 com a “Sinfonia Nº 9 em Ré Menor”, o Hino à Alegria.
A sua instrumentação é a seguinte: 1º Clarinete / 1º Fagote / 1º Flauta / 1º Oboé / 1º Trombeta / 1º Trombone / 1º Trompa / 1º Violino / 2º Clarinete / 2º Fagote / 2º Flauta / 2º Oboé / 2º Trombeta / 2º Trombone / 2º Trompa / 2º Violino / 3º Trombone / Alto / Contrabaixo / Contrafagote / Flautim / Partitura / Tímpanos / Violoncelo.
Os 4 movimentos caracterizam-se pela homogeneidade orquestral, sendo ao mesmo tempo, um exemplo de alternância: o 1º movimento revela grande tensão, denunciada pelas cordas e elevada a um dramatismo extremo; o 2º movimento revela solenidade, numa marcha fúnebre que se eleva pela sua emoção e beleza; o 3º andamento, uma crispação, e o 4º movimento expressa triunfo e magnificência.
Segundo Beethoven, esta obra foi concebida na ideia da morte, que ao bater na porta do homem produz emoções indescritíveis e também um enorme desespero, é uma reflexão sobre a situação mortal do homem, sem contudo nos indicar, pela beleza da sua obra, que a vida, mesmo sendo efêmera, pode ser um milagre, algo que nunca se repetirá.
Não pondo em causa a sua extremíssima popularidade e beleza sonora, considero como a mais estafada de todas as músicas mundiais porque, sinceramente, já deu tudo o que tinha a dar. A sua mensagem está mais que transmitida, e ninguém a quer ouvir, e como diz António Cartaxo, a culpa é da raça humana.
Não há nenhuma orquestra e nenhum maestro que não tenha tocado ainda a Quinta de Beethoven, e não há ninguém que não a conheça.
Mas mesmo assim, quando chega alguma celebração de grandes acontecimentos, é sempre esta música que é a mais tocada. Foi tocada por Toscanini quando acabou a 1ª e a 2ª Guerras Mundiais, e utilizada como Hino dos Aliados, foi o genérico dos concertos da Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional, quando era dirigida por Pedro Blanch, foi tocada pelo Furtwangler, pelo Karajan, pelo Bernstein, pelos Kleiber, pelo Richard Strauss, pelo Knappertsbusch, pelo Krauss, pelo Pedro de Freitas Branco, pelo Frederico de Freitas, enfim...
E agora, foi recentemente tocada pela Filarmónica Portuguesa do Altice Arena, dirigida por Osvaldo Ferreira, num concerto polémico onde esta sinfonia, mais o Concerto do Imperador Pianista (O nº 5), realizado na Praça de Toiros do Campo Pequeno, quando é precisamente Lisboa e Vale do Tejo a zona onde existem mais vidas postas em risco graças ao Covid-19.
Isto da parte de quem disse que estas músicas estão demasiado propagadas, é uma espécie de comédia, né?
Esta é a leitura de Karl Bohm, à frente da Filarmónica de Berlim, que foi difundida com imensa regularidade na Emissora Nacional, a partir dos anos 50, onde o disco foi catalogado com o nº 6831, e que foi imensamente passado até à exaustão.
Indubitavelmente, esta é a obra-prima da Música Sinfónica, mas a sua dimensão artística e a sua mensagem diluíram-se no tempo, graças à hipocrisia e à falsidade desta alcateia de lobos que se chama “sociedade”. No entanto, como apreciador e respeitador do seu legado, além de que estamos a comemorar os seus 250 anos, não podia passar sem a divulgar.
Espero que gostem, e PARABÉNS BEETHOVEN! HOJE, AMANHÃ E SEMPRE!
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